Em 2022, a CF tem como tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26).
É um tema muito importante e que impacta a vida de todos nós. Nossa Paróquia, além dos grupos de reflexão nas casas e na igreja, procurou ouvir membros da comunidade que trabalham na área, para que possamos partilhar das alegrias e dificuldades vividas pelos educadores e manter vivo este debate na sociedade.
Pascom Entrevista: Hoje vamos trazer a Mariana Graciano, paroquiana e professora. Vamos acompanhar?
R – Mariana Graciano Miranda de Almeida, 28 anos. Sou participante há 19 anos.
R – Já são 11 anos de profissão: 4 anos como auxiliar/estagiária e 7 anos como professora polivalente.
R – Infelizmente, muitos são os desafios para o professor. Tendo o cenário nacional como parâmetro, creio que a desvalorização lidera o ranking. São poucas as escolas que investem no professor e na sua formação. Depois disso, temos a falta de recursos, situações precárias de ensino, violência nas escolas, a falta de interesse dos alunos entre outros. Um desafio recente vem da pandemia mundial de Covid-19: as consequências sociais, emocionais e financeiras que influenciam diretamente no desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. Hoje em dia, muitos alunos perderam a capacidade/habilidade de se relacionar devido ao distanciamento social. Nesse retorno presencial, em todas as escolas, falou-se muito da palavra ACOLHIMENTO. Antes de passar conteúdos e correr atrás da lacuna no aprendizado que a pandemia causou, foi necessário acolher o aluno. Acolher seus sentimentos, suas inseguranças, seus medos… tornando-o novamente personagem principal de sua evolução..
R – A tecnologia é uma grande aliada. São inúmeros os recursos digitais voltados à educação. O ensino híbrido faz parte da educação do século XXI – quando unimos a tecnologia à didática. Além disso, a educação precisa acompanhar a geração de crianças e jovens, para que o ensino seja mais interessante e capaz de despertar a curiosidade dos alunos.
R – Na educação infantil, as fases news não surtem tanto efeito, pois as crianças estão na fase de descobrir muitas coisas. Mas, em relação aos jovens, sei que é difícil lidar com essas distorções. A Internet nos bombardeia de informação e nem todas as pessoas têm a maturidade e a consciência de saber distinguir aquilo que vai ajudar ou prejudicar. Principalmente sobre a política… as fake news interferem na visão de mundo dos estudantes. Situação preocupante também nos casos de jovens em maioridade eleitoral.
R – Eu sou muito abençoada em trabalhar num colégio que tem os mesmos valores que os meus. Acho que fica mais fácil e confortável quando temos o perfil do lugar que trabalhamos. Atualmente, a minha demanda de trabalho é grande. Por isso, eu participo da paróquia nas missas de domingo e em eventos que necessitam da minha ajuda. Porém, por trabalhar num colégio católico, a oração e o ensino de valores são diários.
R – Não há educação por apenas uma via. Escola e família tornam-se uma quando se tem um bem comum. Quando existe essa parceria o desenvolvimento do aluno é super notável. Se o lar é um ambiente que valoriza a educação, o aluno terá cada vez mais vontade de aprender e de ser um agente transformador do mundo em que vivemos.
R – Esse ano tivemos um grande presente com a Campanha da Fraternidade. A educação transforma vidas! Jesus era um grande educador. Sua didática era sábia e assertiva: ele usava aquilo que o povo vivia para trazer grandes ensinamentos. Na minha concepção, o amor e a educação caminham juntos. Quando se ama, se educa. A relação mestre-aprendiz só é significativa quando existe afeto. Que possamos, então, aprender com a sabedoria e o amor de Jesus e que sejamos humildes em transmitir aquilo que sabemos.