A Quaresma começa nesta quarta-feira de cinzas, tempo de conversão, em que o cristão deve voltar-se para Deus, buscar a reconciliação com Ele e a mortificação de seus pecados. Inicia-se com a celebração em que os sacerdotes colocam cinzas sobre a cabeça dos fiéis. Este ato, tem o objeto de levar o cristão a refletir sobre a sua origem: o pó, conforme é explícito no livro do Genesis, “Porque és pó, e em pó te hás de tornar” 3, 19.
O tempo quaresmal tem como origem os 40 dias em que Jesus jejuou e rezou, preparando-se para enfrentar o demônio e suas tentações no deserto. Assim, também somos chamados a viver este tempo: em penitência e em oração, unidos ao mistério de Jesus.
“Os tempos e os dias de penitência, no decorrer do ano litúrgico –o tempo da Quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor, são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitencias, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna.” (CIC 1438)
Mas como viver bem este tempo de quaresma?
“A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. As escrituras e os padres insistem principalmente em três formas – o jejum, a oração, a esmola – que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros” (CIC 1434).
Jejum
“Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta feira da paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Direito do Código Canônico Cân. 1251).
Também somos chamados a fazer algum exercício de mortificação, como deixar de comer algo que goste muito, beber uma bebida especifica, não assistir ao programa de televisão favorito, entre outros.
Oração
Nesses quarenta dias, devemos intensificar nossas orações. Meditar a liturgia diariamente, participar com afinco da Santa Missa, dedicar-se à oração pessoal, adoração ao Santíssimo e também à participação da via-sacra, meditando o sofrimento de Jesus na Sua Paixão.
Esmola
As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem, sobretudo, em dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; dar moradia aos desabrigados; vestir os maltrapilhos; visitar os doentes e prisioneiros; sepultar mortos. Dentre esses gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. (CIC 2447).
Penitência e reconciliação
Também somos chamados a fazer um profundo exame de consciência, refletir sobre a vida, a vivência familiar, no trabalho, com os amigos e através da confissão nos reconciliarmos com Deus, nos libertando do pecado. “O sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo verdadeira ‘ressurreição espiritual’, restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus” (CIC 1458).
Somos chamados, ainda, a reconciliação com aqueles que nos feriram e foram feridos por nós. Perdoar e pedir perdão.
Vivamos juntos este caminho rumo à Ressurreição!
🖥️ Texto/Reprodução: comshalom