Formação: Advento

 

Tempo do Advento

 

No domingo 29/11 a Igreja iniciou um novo ano litúrgico com o Tempo do Advento, que possui uma dupla característica: é um tempo de preparação para o Tempo do Natal, onde fazemos memória da primeira vinda de Cristo, e é também um tempo onde somos chamados a nos preparar para sua segunda vinda, no fim dos tempos. É um tempo marcado por uma piedosa e alegre expectativa.

 

A celebração do Advento foi sendo adotada pelas comunidades a partir do Século IV, com um foco nas práticas penitenciais em preparação para o Natal (daí a liturgia omitir o Glória e usar paramentos roxos). Já o Aleluia foi mantido na Igreja em Roma, embora suprimido em outros locais.

 

Até o início do Século IX, o Ano Litúrgico se iniciava com o Ciclo da Páscoa, mas, dada a característica de “fim”, mas também de “começo “, o Advento passou a ser o Tempo que abre um novo período na Igreja.

 

As leituras das primeiras semanas apontam mais para o fim dos tempos (“advento escatológico) e a partir da metade de dezembro, somos motivados a viver a expectativa do nascimento do Senhor. Se nesta época do ano é costume ver casas e comércios enfeitados para o Natal, com a igreja não é diferente. Neste período, além do presépio, um símbolo muito presente é a Coroa do Advento. Originária dos países nórdicos, a qual contém raízes simbólicas universais: a luz como salvação, o verde como vida e o formato redondo como eternidade.

 

Simbolismos esses que se tornaram muito adequados ao mistério natalino cristão e, por isso, adentraram facilmente nos países ao sul e se converteram rapidamente em mais um elemento de pedagogia cristã, para expressarmos a espera de Jesus como Luz e Vida em conjunto com outros símbolos, como as leituras bíblicas, os textos de oração e o repertório de cantos.

 

A coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus por nós, que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanizado.

 

A coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas. Uma das formas de utilizar este símbolo é acender três velas roxas, em sinal da necessidade de penitência e conversão e uma rosa (do terceiro domingo), indicando a alegria pela vinda de Cristo. As quatro velas do Advento também simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo (perdão a Adão e Eva, os patriarcas, os reis de Israel e os profetas).

 

Nas palavras de D. Alberto Taveira: o Advento “é justamente marcado pela virtude da esperança, que somos chamados a testemunhar e oferecer ao nosso mundo cansado, pois só em Jesus Cristo, única esperança, encontrará seu sentido e realização a vida humana (…) Para ajudar-nos, a Igreja apresenta duas figuras, que podem ser chamadas de “padrinhos” de Advento, o Profeta Isaías e São João Batista. Na última semana antes do Natal, aí, sim, nosso olhar se volta para Belém de Judá, Presépio, Pastores, Reis Magos. É a oportunidade para preparar a celebração do Natal. Quem nos toma pela mão na etapa final do Advento, para acompanhar os acontecimentos vividos em primeira pessoa, é a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e nossa”

 

Neste Advento, que possamos nos desligar um pouco da correria do final do ano, do barulho das ruas e dos apelos do comércio para nós voltarmos para o principal motivo deste tempo, nossa preparação para o Natal. Que nosso coração esteja em sintonia para receber Jesus que vai nascer, com a certeza que Ele já está no meio de nós por meio dos sacramentos, porém, esperançoso de sua vinda definitiva, onde virá com poder e glória para julgar os vivos e os mortos.

 

Juntos possamos rezar:
Maranatha!!! Vinde Senhor Jesus!

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